As situações são extremas, mas elas permitem que os personagens nos mostrem a extensão de sua desumanização. O que é bom: muito frequentemente os escritores de romances históricos caem na armadilha de acreditar que toda pessoa inteligente teria os mesmos valores que temos hoje em dia.Ī visão do sul é longe da idealizada que vemos em tantos filmes, e os personagens vivem em meio a epidemias de cólera e rebeliões. Ela se vê transformada em propriedade, mas seu racismo a impede de ver a injustiça absurda da escravidão. Mas ela não entende em nenhum momento por que Sarah não ficaria agradecida em pertencer a uma dona tão sofisticada, que realmente aprecia como ela sabe pentear o seu cabelo. Ela vê que Sarah os odeia, e o fato de que ela detesta seu marido a conforta. Ela é solipsista e arrogante, além de racista. The tragedies and emotional repercussions of slavery in the antebellum South are seen through the eyes of slave owner Manon Gaudet, who marries the owner of a sugar plantation, only to see her own slave, Sarah, become her husband's mistress. Manon não é uma narradora com a qual podemos nos simpatizar facilmente. Ela já desistiu de ter filhos com o marido, e tem que suportar a existência da criança que ele teve com Sarah, escrava dela. Ela pensa que com tudo que aprendeu do pai, poderia gerar a propriedade melhor do que o marido, mas não adianta, ele jamais a escutaria porque ela é uma mulher.

Com o livro Property, Valerie Martin se propôs a investigar o que a escravidão provoca na psiquê do escravizador, como ela é profundamente desumanizadora e consegue fazer o opressor pensar que é a vítima.Ī proposta é complexa, e Martin consegue fazer isso sem maniqueísmo.Ī narradora, Manon Gaudet, é uma sulista americana casada com um sádico e presa em uma plantação de açúcar à beira da falência.

Property by valerie martin